terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Amamentação

Desde o inicio do blog eu queria escrever sobre amamentação, mas sempre fiquei com receio de ser mal interpretada. Então, antes de desenvolver o pensamento, gostaria de deixar claro que NÃO sou contra amamentação e que tenho conhecimento de todos os benefícios (nutricionais e psicológicos) que a amamentação trás para o bebê.
Eu não gostei de amamentar. Principalmente por não saber o quanto a Laura estava ingerindo de leite. Mas eu tenho a consciência tranqüila de que eu fiz tudo que estava ao meu alcance para amamentá-la o máximo possível: tomei muito liquido, água inglesa, água quente no seio e deixar ela mamar, mamar, mamar...
Porém, do terceiro para o quarto mês ela não engordou nada. E não teve nenhuma doença. Então a pediatra concluiu que o leite estava pouco e que seria necessário complementar. Eu oferecia o peito primeiro e deixava ela mamar até não querer mais. Enquanto os bebês da idade dela mamavam durante uma média de 10 minutos, a Laura mamava por 30 a 40 minutos. Quando ela largava o peito, eu oferecia mamadeira. Na primeira mamada, ela não aceitava (peito cheio), mas ao longo do dia ela aceitava e aumentava a quantidade na medida em que o dia ia acabando. Mas o leite continuou diminuindo e, conseqüentemente, ela não quis mais o peito. Então passou a tomar leite artificial todo o tempo.
Até pensei em tentar a relactação, mas eu voltei a trabalhar e conclui que não seria em sucedida.
Sempre me disseram que para produzir mais leite, o principal de amamentar. Quanto mais o bebê mamar, mais leite você produzirá. Porém, como explicar o meu caso? No mês que a Laura não engordou, a alimentação dela foi 95% no peito (5% de LA quando eu eventualmente saia). E não estou sozinha nessa, conheço várias estórias de mamães que mesmo deixando o bebê mamar muito o leite sumiu. Será genética?
Por outro lado, a Lorena, uma de minhas seguidoras aqui no blog, mamãe da Isabela e minha colega de trabalho ainda produz bastante leite. Outro dia ela almoçou rapidinho e foi em casa para tirar leite, pois o peito estava doendo. Ela já voltou a trabalhar há 4 meses e hoje amamenta a Isabela 2 vezes por dia. Ela me disse que a produção caiu, mas ainda tem leite que satisfaz a Bela. E nesse caso, qual a explicação?

4 comentários:

  1. Fico sempre feliz quando leio uma história realista de amamentação, uma história que mostra os problemas possíveis. Não feliz pela história, claro, bom mesmo é ter sucesso na amamentação, mas fico feliz por saber que há mais gente com coragem de dividir esses problemas, sabe?

    Olha, eu sonhei minha gravidez inteira com a amamentação. Fiz cursos, me preparei para isso - tinha certeza que seria a coisa mais fácil e linda desse mundo. Mas não foi. Quando o Francisco completou 3 meses, ele também teve uma grande crise no seu crescimento. Eu até tinha muito leite, mas ele não mamava direito, era um escândalo, uma choradeira, uma briga enorme cada mamada. Comecei a dar meu próprio leite na mamadeira, mas aí a produção já começou a diminuir. E eu tive que começar com LA. Foi triste demais, eu sofri muito com isso.

    E acho assim, eu apoio e admiro quem consegue amamentar sempre. Para ser bem sincera, sinto até uma invejinha de quem consegue ficar na amamentação exclusiva! Mas tem gente que não consegue, simplesmente.

    Por mais que digam que não, há sim toda uma pressão sobre quem não consegue, como se não "tivesse insistido o suficiente". É como se a falha fosse única e exclusivamente nossa, como se não fôssemos mães o suficiente.

    Mas só nós, que tivemose esses problemas com a amamentação, sabemos que não é simples assim. E nem por isso somos menos mães, não é? ;)

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  2. Jamais se sinta culpada ou frustrada, Davi ainda mama mas so para acalmar ou coisa parecida, mas desde os 6 meses percebo que nao satifaz. So nao tirei ainda pq e uma comodidade acalma-lo desta forma. Sei que uso a amamentaçao para outros motivos, mas...nao e por isso que somos menos maes que as outras. Parabens pela coragem de publicar um assunto tao polemico qto tipos de parto,rs.

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  3. Sou eu!
    Pois é, realmente nem todas têm a mesma sorte que a minha. Quando comecei a amamentar a Isabela, meu peito machucou e houve vezes que amamentei aos prantos de dor. Mas graças a Deus, foi questão de 2 semanas e tudo se resolveu.

    Eu era bobinha e durante todo o período de gestação pensava "meu Deus como vou ensinar Isabela a sugar?". Parece bobagem, mas quando agente é inexperiente e tímida pra perguntar, agente passa esses apertos bobos.

    Passado esse grilo, sentia medo de acontecer comigo o que aconteceu com minha mãe e minha irmã, que desmamaram seus filhos (eu inclusive) entre 3 e 4 meses por falta de leite.

    Então investi nas famosas receitas de vovó para "dar mais leite". Pura superstição.

    No meu caso, e isso não é uma afirmação científica mas uma constatação empírica, sempre que bebo muita água, que estou mais feliz e tranquila, tenho mais leite.

    Como você diz. Atualmente são 2 mamadas e tenho leitinho que satisfaz minha pequerrucha. Porém não é satisfação completa de uma refeição, mas de vontade: ela hoje precisa jantar para saciar-se e dormir melhor.

    Parabéns Mary's pela coragem de dizer que não gostou.

    Eu gostei, mas isso nunca deve ser uma regra imposta para nós mamães.

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